"Que tipo de pessoa queremos formar na escola?"
Essa questão nos implica necessariamente a uma reflexão a respeito do nosso papel como educadores na escola. É sempre muito fácil apontar aos outros telhados dizendo que professor X é arcaico, que o colega da turma D não sabe utilizar os recursos tecnológicos. Mas e nós? Como é que eu, enquanto educadora, estou respondendo a esta pergunta?
Eu tenho certeza que quero formar cidadãos conscientes, livres para fazer escolhas, decididos pelos valores humanos, orientados quanto a práticas ambientais, relacionando-se com afeto e construindo relações sobre rochas. Este é o meu objetivo. Mas como desenvolvo isso? Repetindo conteúdos, cumprindo um cronograma do que deve ser desenvolvido até o dia determinado?
Não, certamente assim não ajudo meus alunos a percorrerem este caminho de formação humana. Talvez meus alunos aprendam isso através de outras coisas que vão muito além do que é obrigatório desenvolver. Eles entendem com o respeito e igualdade que os trato. Com exemplos de que não temos o direito de magoar os outros por conta do nosso egoísmo; de que lugar no lixo é na lixeira e que, quanto menos consumirmos, mais vida teremos.
É difícil porém, que isso aconteça no meio de tantos conteúdos. Talvez seja por isso que a maioria dos profissionais desista no meio do caminho. O que é difícil para alguns, outros encaram como desafiador.
Se nos desafiarmos todos os dias, nossos alunos também se sentirão desafiados a encarar a escola e a aprendizagem com outros olhos. Com olhos de sede, com olhos de desejo. Olhos que voltem a brilhar pela simples oportunidade de aprender. Que sejamos a escola que consiga ensinar aos nossos alunos que aprender pode ser bacana... e útil!
Ana Paula Landal - Estudante de Letras
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