Tecnologia na escola
A tecnologia na escola é algo de inerente ocorrência e necessidade atualmente. Alguns dos artigos publicados na obra Integração das Tecnologias na Educação, também foram publicados no material utilizado no curso de TIC(Tecnologia de Informação e Comunicação na Escola). Com base nas leituras feitas pode-se comprovar que não há como fugir ou negar aos alunos das escolas o acesso e o uso de tecnologias como a Internet, por exemplo. No ambiente on-line, os sites hipertextuais supõem a conexão com inúmeras informações e gêneros textuais, imagens, animações entre outros recursos que facilitam o acesso aos diversos meios de conhecimentos. No primeiro texto do segundo capítulo é mencionado o que proporcionam os hipertextos como a intertextualidade, a intratextualidade, a multivocalidade ( multiplicidade de pontos de vista), navegabilidade, mixagem e multimídia, que segundo Santos, possibilitam uma variedade de informações ao usuário da Internet.
Isso claro, quanto ao aspecto mais relevante com o uso de mídias que é a Interatividade entre alunos, professores e demais pessoas envolvidas. O educador em conjunto com o educando passa a formular problemas, estimula questionamentos, orienta os grupos de trabalho dos alunos, organiza as experiências, trocas de informações, relatos e valoriza a memória de uma prática educacional mais dinâmica e significativa no processo de ensino-aprendizagem do educando, além de ensiná-lo a relacionar-se em equipe, criando solidariedade e dialogismo entre os grupos.
O autor do artigo “Internet na escola e inclusão” (SILVA), menciona a expressão interface para ressaltar a nomenclatura de uso na informática e cibercultura, ou seja, fazer “interface” na aprendizagem significa promover “o encontro de duas ou mais faces em atitude comunicacional, dialógica ou polifônica”(JOHNSON, 2001). Pode-se dizer que no ambiente on-line, isso é o espaço disponível para que haja uma troca de informações efetivas. As interfaces on-line mais utilizadas e conhecidas são o Chat, Fórum, Lista, Blog, site e LMS (Learning Management System) ou AVA ( Ambiente Virtual de Aprendizagem). Muitos dos quais os educadores fazem uso como suporte educacional, propiciando diálogo dinâmico e de rápido acesso a qualquer momento potencializando interação do grupo escolar.
O uso de ambiente on-line combinado a Projetos Escolares é um meio pedagógico que bem organizado/elaborado causa efeito educacional privilegiado e eficiente em relação ao método de transmissão utilizado nas escolas. Deve-se ver o educador atual não como um meio de transmitir conhecimento de mundo de nossos alunos. Paulo Freire menciona que o professor deve partir do que conhece/sabe o aluno para depois auxiliá-lo a desenvolver seu saber de maneira eficaz e autônoma, os seres humanos apreendem através de processos colaborativos e de trocas de conhecimentos. No entanto, como menciona Almeida, o uso de tecnologia de informação e comunicação na escola hoje, em contraponto do número de analfabetos é uma contradição na sociedade. Assim, há que se ter consciência de que os jovens e crianças da atualidade que tem acesso às várias tecnologias estão muito além de boa parte dos adultos economicamente ativos e alfabetizados, inclusive dos educadores. Por isso, não se pode mascarar a realidade querendo que os alunos continuem a “absorver” conhecimento na escola através da figura do educador apenas. O sistema educacional precisa se atualizar imediatamente, assim como as pessoas que fazem parte dele. Mas isso só ocorrerá se os próprios envolvidos nesse processo mostrarem-se propícios a essa mudança e, se os órgãos educacionais responsáveis facilitarem o acesso a essa tecnologia. Faltam alguns órgãos governamentais de caráter municipal e estadual integrarem-se aos projetos para que essa melhora no sistema educacional realmente aconteça. Além disso, também é necessário a mudança na mentalidade social em relação a visão do professor de transmissor para colaborador-mediador-facilitador no processo de aprendizagem. O aluno é o responsável pela sua aprendizagem, enquanto o desenvolvimento e participação emancipatória do educando, essa responsável e articuladora da aprendizagem do educando.
Nesse processo de mudança é de suma importância que a aprendizagem seja colaborativa e com tecnologia interativa, isso, segundo Behrens, proporciona uma “produção individual e coletiva do conhecimento.” A autora também ressalta a necessidade de metodologias contextualizadas que procurem abordar “situações-problema”, que levem a essas “produções e a discussões críticas e reflexivas”, visando a aprendizagem colaborativa. Para tanto, é de suma importância que os educadores tenham embasamento teórico sobre as abordagens pedagógicas, aprofundando-se sobre as referências teóricas e práticas existentes. Essa teoria auxiliará o educador para que se sinta seguro diante das inovações tecnológicas e reais benefícios que acarretam na aprendizagem baseada nas competências e habilidades que o docente deseja desenvolver em seus alunos.
No entanto, não se pode esquecer que somando-se a essas mudanças tecnológicas na educação temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( LDBEN), número 9394/96, que prevê a inclusão e ampliação do atendimento educacional, em rede pública, aos educandos com necessidades especiais nos níveis de educação infantil e superior. O quê na prática nem sempre é eficiente, uma vez que existem muitas dificuldades impedindo que a inclusão aconteça tanto no ambiente escolar como no meio social, tais como: a falta de formação e preparo de professores; a falta de acessibilidade física em vários ambientes públicos; a necessidade de reestruturação e mudança nas práticas pedagógicas; a predisposição do corpo docente em atuar com e para esses alunos, explorando suas potencialidades; a preparação da sociedade e dos alunos em sala de aula para receber um aluno portador de necessidades especiais; e, principalmente, a falta de cumprimento efetivo da Lei que também prevê assistência diferenciada (psicopedagoga, psicólogo, fonoaudiólogo, médico neurologista, etc.) para que ocorra aprendizagem, porém que não é oferecida em muitas escolas públicas estaduais e municipais.
Claro que, esses problemas dificultam a verdadeira ocorrência da inclusão social, porém não se pode esperar que a educação melhore sozinha. Os educadores embasados teoricamente e com boa vontade de realizar seu trabalho com significação e aprendizagem buscará caminhos que o ajudem a melhorar suas práticas pedagógicas. Uma dessas possibilidades seria a realização de Projetos Educacionais direcionados as necessidades do ambiente de aprendizagem a que professores e alunos estão inseridos, causando efetiva aprendizagem, por fazer a construção do conhecimento desde a criação da proposta de Projeto até a verificação final sobre os relatos/experiências vividas pelos participantes, os resultados obtidos e a própria avaliação do processo de ensino-aprendizagem significativa entre professor/aluno.
Finaliza-se essa reflexão sobre o uso de Tecnologia na escola, reafirmando a necessidade de mudanças no meio social, educacional e político, uma vez que todos os setores têm compromisso com a construção e melhora de saberes dos alunos para que haja realmente a inclusão tecnológica, educacional e social de todos os educandos portadores de necessidades especiais ou não. Além de fazer a inclusão também do educador, já que este precisa estar apto para interagir com novas metodologias que possibilitem a contextualização, construção e significação dos saberes compartilhados pelos educandos. Há que se ter consciência dessas mudanças e procurar meios para que elas ocorram de fato nas instituições educacionais.
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